Park So-nyo, 69 anos, mãe de cinco filhos, desapareceu. Ao chegar a Seul para visitá-los, saindo de sua aldeia com o marido, com quem é casada há mais de 50 anos, ela é deixada para trás em meio à multidão em uma plataforma da estação de metrô. Como fez a vida toda, ele simplesmente supôs que a esposa o seguia. Essa é a última vez em que Park é vista. Começa então a procura, liderada pelos filhos e o marido, que se transforma em uma exploração emocional repleta de remorso e marcada pela triste descoberta de uma mulher que ninguém nunca conheceu. Narrado pelas vozes de uma filha, de um filho, do marido e da própria mulher desaparecida, Por favor, cuide da Mamãe é, ao mesmo tempo, um retrato da Coreia do Sul contemporânea e uma história universal sobre família e amor.

Lágrimas, muitas lágrimas. Não tenho palavras para descrever o quanto esse livro mexeu comigo. Pela sinopse, imaginei que o livro traria uma reflexão importante, mas não que mudaria o meu modo de pensar sobre família. Quando peguei o livro, fiquei temerosa de minhas expectativas não serem preenchidas (porque elas estavam bem altas), mas me enganei infinitamente. O livro excedeu em tudo o que esperava dele. 

Por favor, Cuide da Mamãe é o tipo de livro no qual você já sabe que não há nada a ser feito a respeito sobre a personagem na qual a história é centrada, mas em cada página torce para que alguma coisa aconteça e mude todo o rumo dos acontecimentos. Mas a realidade é cruel e nada pode ser feito.

Antes mesmo do livro começar, em uma das páginas nos é apresentado a frase de Franz Liszt que diz "Ame, enquanto puder amar", que definitivamente fala muito sobre esse livro. Por mais que no dia a dia as pessoas falem bastante sobre expressarmos nossos sentimentos enquanto podemos, porque ninguém sabe o amanhã, acredito que a maioria de nós não faz nada a respeito. 

O que mais me surpreendeu no decorrer do livro foi como os próprios entes não conheciam diversas coisas sobre Sonyo, desde as mais simples até coisas mais complexas. Como eles não consideravam que apesar dela ser mãe e esposa, ela também era um ser normal, com vontades e coisas que não a agradavam.

Um dos pontos mais interessantes do livro é a narração. Além dela ser feita em segunda pessoa (nunca havia lido algo nesse estilo), nos deparamos com vários narradores, dentre eles os filhos de Sonyo, o marido e até a mesma. A narração da mãe é a que mais me emocionou, me fazendo chorar por uma grande parte das páginas.

E assim, conhecemos essa incrível mãe, que apesar de não ter estudos e viver no meio do nada, fez o máximo possível para dar a eles a melhor vida que podia, uma mãe com M maiúsculo. Pra finalizar, eu espero que mais pessoas deem oportunidade e leiam esse livro porque me agradou bastante e porque preciso de alguém pra comentar junto.